Derfel e a academia arcana

Derfel estava com o mapa para encontrar o local onde conseguiria a resposta para algumas questões que o atormentavam.

[poste suas considerações e descreva como pretende chegar lá - no caso deixo sua imaginação - vale um ponto a coerência com sua ficha e história ingame e outro ponto a narrativa em si]

Derfel de posso do mapa, meneia a cabeça negativamente pensando o que poderia acontecer, seus badulaques fazem um pouco de barulho chamando a atenção dos dos arcanos próximos que estavam ali passando pelo caminho. Vai ao seu quarto preparar algumas coisas, sabe que ficará algum tempo fora. Algumas roupas e sua mochila, é apenas isso que pega, poderia levar mais algo se tivesse. Passa a mão na pulseira que ganhara da mestra de sua mestra, lembrando que o caminho para sua purificação pode estar próximo, a grande arcana da Água lhe pediu que esperasse, pois seu tempo chegaria. As lembranças do encontro com aquele Arcano em forma de rapoza naquele fatídico dia ainda eram bem vivas em sua mente. Se punia bastante por ter tratado sua mestra daquela maneira, sem poder expressar o verdadeiro respeito que um discípulo tem que ter pelo seu mestre. Todos lhe diziam: "Não se preocupe, você é muito jovem.", mas que tipo de adulto ele seria se continuasse com essas atitudes? Com sua mochila já nas costas, saiu de seu quarto trancando a porta, decidido a achar nem que seja uma agulha que pudesse lhe ajudar a esclarecer e quem sabe salvar sua mestra de alguma forma.

Na porta da academia arcana, pode ver uma movimentação estranha, tanto no castelo quanto na academia real arcana. Era sabido que Antonidas acabara de se confrontar com um dragão branco e que não havia tido muito sucesso, mas pelo menos nosso continente não seria destruído. Nesse momento o anseio por ser igual aquela figura tomava conta de seu ser, queria ele poder ser um arcano poderoso o bastante para fazer diferença algum dia. Um sonho bobo de criança ou um devaneio momentâneo.

Decidiu ir caminhando até a floresta, queri ver por mais um tempo como as coisas estavam por ali. Pensava que a ignorância era um benção, estavam ali as pessoas com seus afazeres diários, sem se preocupar, pois não sabiam o que os astros diziam após terem girado a roda. Segundo seu companheiro de viagem, uma grande catástrofe e mudança estaria por vir. Muitos pensaram que seria a fúria do dragão branco ao ter todos aqueles magos do fogo lhe atacando, mas aquilo já tinha sido contornado.

Viajou tanto nos seus pensamentos que quando percebeu já estava na periferia da cidade, onde uma cena lhe chamou a atenção, dois irmãos aparentemente brincando na rua, duas jovens crianças talvez com seus 5 ou 6 anos de idade se divertindo com os olhos felinos de sua mãe que estava na porta de sua casa sentada fazendo uma massa para alguma refeição enquanto tomava conta de seus filhos. Aquela cena o lembrou de sua própria infância, não tinha irmãos, mas lembrava dos quitutes de sua mãe. Pela primeira vez se deu conta de que não era uma criança normal, esse pensamente lhe vinha com uma maturidade muito maior do que alguem de mesma idade teria. As vivências e preocupações lhe deixaram adulto antes do tempo, pelo menos dentro de sua cabeça, pois seu corpo ainda estava preso ao tempo. Preocupou-se com seus pais, havia muito tempo que partira de sua casa e desde então não tinha notícias deles, se acreditasse nos Deuses seria nessa hora que pedira proteção aos seus pais, mas os via apenas como heróis poderosos que fizeram algo grande por todos, Deuses seria um pouco de exagero. Agora lembrava realmente o motivo de sua saída, sua mãe o queria sacerdote.

Neste momento sentiu como se alguem o tivesse abraçado, e um pequeno ardor no seu pulso onde estava a pulseira que a grande arcana da água havia lhe dado dizendo que foi de Elara, e lembrou quando viu a arcana chorando e uma lágrima sua se tornando uma pequena conta e se unindo a pulseira, pensou se todas aquelas contas seriam lágrimas de Elara e ficou cismado com a sensação que acabara de ter. Uma torrente de tristeza lhe tomou o coração e pensou o quanto poderia ser bom ter um irmão ou uma irmã, na hora entristeceu-se um pouco mais, pesou que Elara poderia ter sido sua irmã mais velha, com certeza teria sido uma grande irmã, sem que percebesse uma lágrima escorreu de seu rosto, normal para uma criança que passou por tudo o que passou até agora, mas o mais estranho não foi ter chorado e sim que o mesmo ocorreu com uma gota de sua lágrima que transformada em conta repousou na sua pulseira e novamente aquela sensação estranha do abraço.

Sem se dar conta do tempo, notou que já estava próximo do posto da guarda na orla da floresta, mentalmente ficou feliz e agradecido, pois sua constituição física não era das melhores e seus pés já começavam a incomodar, ainda mais quando lembrou que teria que caminhar por algum tempo ainda. Chegando no posto, falou com todos e foi ao encontro do Orc que tomava conta do local...

Quando caminhava em direção ao posto da guarda, lembrou-se do que lera sobre aquela floresta: ela era mágica, como todas as florestas do mundo e isto se traduzia num vigor infinito de regeneração que impedia a qualquer um criar caminhos nela sem que muito rapidamente fossem recompostos. Ele tinha que tomar muito cuidado para naõ se perder. Ele lera algo sobre rituais e encantamentos para tornar este encanto nulo, mas naõ conseguia entender direito porque na época parara de ler quando encontrara as palavras "sagrado", " poder divino" e "sacrifício à divindade de Azeruthan".

Sabia que havia uma bússola mágica que permitia aos que dominavam a arte da cartografia, localizar-se com alguma precisão, uma vez que as várias agulhas dela mostravam a direção e a distância aproximada das grandes fontes de mana do mundo.

Contaria com o mapa e o rumo a seguir conforme o sol e as duas luas que estavam indicavam.

Neste sentido, andar em Seregon era um problema, os mapas com luas indicavam caminhos que só podiam ser seguidos alguns momentos do ano, quando as luas estavam identificadas, o que era um problema para quem naõ era orientado a este respeito.

Outro ponto que todos eram orientados sobre as florestas era o fato da fauna ali, embora não regenerasse como a flora, também fosse muito abundante pela abundância de comida disponível, não era seguro andar sozinho nas florestas.

Mas o mais interessante eram as ruínas: haviam muitas ruínas nas florestas: ruínas de estradas, de jardins, de templos e mesmo de cidades inteiras, embora as cidades tenham sido destruídas pela vegetação, restando apenas algumas ruínas que ao invés das plantas destruírem, elas só envolverem e ocultarem e nestas, sempre havia algo de interessante para se ver.

Ele esperava encontrar algo assim nas coordenadas indicadas.

Assim que se aproximou do posto da guarda foi abordado por um dos soldados que encontrara ali outra vez, imaginando que horas o orc que imaginava controlar o posto chegaria até ele.

O soldado fez um aceno e abriu a porta sem fazer perguntas e o jovem imaginou porque motivos eles abriam a porta para ele sem nenhuma conferência. Diante dele estava a floresta fechada cheia de movimento e vida.

Não encontrou problemas nos primeiros 30 minutos de caminhada: os animais ficavam muito assustados com os ruídos da cidade para ficar perto da grande muralha, mas assim que passou a área onde escutava os sons , a floresta ficou mais fechada e ele começou a sentir-se observado.

Ele andava entre grossos troncos, saltando em grossas raízes: naõ via o chão, ams sabia que estava indo no rumo certo.

[sua vez]

Imaginava que os guardas não lhe fizeram alguma pergunta pelo motivo de o já o terem visto na companhia de Antonidas, uma princesa élfica e de conversa com o Orc que seria o comandante daquele posto. Ou eles receberam ordens para não impedir nossa passagem (o que seria provável ter vinda de vossa majestade) ou o guarda o achava competente o suficiente para aquela floresta, seria interessante quando eles recolhessem os seus pedaços.

Azerutan... já ouviu outrora falar nessa figura que defendia os animais e as florestas, e ouvira também que era uma pessoa com sério problemas mentais que devorava os seus discípulos, ou qualquer outa coisa viva que chegasse perto dele. Como se poderia adorar algo assim? Por isso que achava insanidade pensar que existiam Deuses. É sabido que algum arcano poderoso protegeu aquela floresta, provavelmente a pedido do antigo rei, mas só.

O silêncio do início da caminhada lhe deixava pensar nessas coisas, mas a medida que se aprofundava na floresta os animais lhe tiravam um pouco da serenidade. Já tivera ali várias vezes, mas sozinho era a primeira. Começar a se sentir observado não era muito interessante, ainda mais pelo fato de que quem possuia o conhecimento em cartografia não era ele, se perder tornou uma certeza não muito agradável.

Por vez ou outra caia ao chão... essa maldita agilidade física com a qual não foi agraciado era a culpada por esses ematomas, mas isso em pouco tempo se resolveria na casa de cura.

Aprofundar naquela floresta e seguir o mapa lhe começava a ser um pouco inquietante, primeiro por achar estar sendo seguido e segundo por saber estar no caminho certo mesmo depois de meia hora de caminhada. O primeiro lhe deixava parecendo um doido, e o segundo lhe deixava parecendo um crente que sabia haver algo lhe guiando, pensando bem, os dois lhe deixavam parecendo um doido. Por via das dúvidas, ficaria mais atento, perceber a tempo de fazer uma ou outra conjuração não iria lhe fazer mal algum, muito pelo contrário.

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O jovem mago passou os olhos pela folhagem e pareceu a ele ver alguma coisa se afastando silenciosamente de trás de uma árvore distante: podia ser apenas uma sombra e sua imaginação, mas não tinha distância nem coordenação apra correr naquela pista de obstáculos e conferir rapidamente.

Continuou seu rumo e encontrou o primeiro sinal de que estava no rumo certo:uma pilastra cheia de símbolos arcanos, entre eles, em destaque, o da água. estava perto de um templo onde o elemento água era importante. Curioso, porém é que sabia que se tratava do elemento água, mas os traços não pareciam élficos, ao menos numa primeira apreciação, ams poderia ser porr estarem cobertos de limo, uma vez que a pilastra estava úmida.

Assim que se aproximou sentiu os pés sentirem a agradável sensação de uma lãmina dágua. As raízes estavam mais finas e naõ cresciam tanto e ele pode se movimentar mais livremente. Era evidente que elas poupavam um caminho de pedra molhada que fazia uma curva sumindo at´ras de um grosso tronco. havia ruído de água caindo e de alguma coisa andando na água.

Sentiu-se aliviado por ver "algo conhecido" como a água, mas mesmo sabendo que ali estavam cheias de ruínas élficas, intrigou-se ao perceber que esse templo havia passado batido quando outrora procurava Elara, lembra-se bem que foi necessário procurar massas de água e que essa aqui lhe passou totalmente despercebido.

Pensou consigo mesmo de que estava começando a ser necessário aprender élfico, pois se não fosse a lâmina de água no chão e os símbolos um pouco parecidos com os artefatos que já fizera uso para aprender suas magias de água, ficaria um bom tempo de frente aquela pilastra até descobrir que se tratava de uma referência a água.

Seguiu o caminho de pedras um pouco apressado e sentindo-se aliviado por estar seguro (pelo menos assim esperava), já que a tal sombra que o espreitava decidiu não lhe importunar, mas ainda haveria o caminho de volta.

Maravilhava-se com o templo que adentrava e procurava prestar atenção em cada detalhe, pois não saberia o que poderia perder em um lapso de atenção e nem se um dia poderia voltar lá, a certeza era que não queria perder nenhum momento daquilo.

O templo era bem o que ele já vira em relatos e na sua pouca experiência: uma construção sem teto, com o chão coberto de uma lãmina dágua. Assim que passou pelotronco, ficou diante de uma área de 10 metos, circular, cercada por árvores cujos galhos não entravam na área do templo cercada por 8 pilares.

No centro uma estátua de água refletindo a luz do sol em todas as direções.

Assim que olhou para esta esátua de água moldada, naõ conseguiu tiirar os olhos dela.

Perplexo com a beleza daquele local, e fitando a estátua, foi se aproximando lentamente já que sua habilidade não lhe permitiria ir mais rápido do que isso.

Chegando ao centro, se questionava como uma estátua estaria ali, daquele jeito. Bela, magnífica e imponente, e ao mesmo tempo acolhedora de certa forma. Como era bonita a água em todo seu esplendor.

Olhou ao redor mais uma vez vendo como aquela estatua fazia o papel de uma imensa luminária também. Seu anceio e sua paixão lhe tomaram conta, ele tinha que saber como foi feita aquela estátua, pensou em toca-la e aproximou a mão por diversas vezes (mesmo sabendo que não a tocaria daquela distância), exitou por pensar ser uma falta de respeito aquilo, mas infelizmente sua ingenuidade infantil e lhe tomava conta que acabou cedendo a vontade de tocar a estátua.

Tirou seus sapatos, e pé após outro entrou naquela piscina que antecedia a estátua. Tamanho seu espanto quando percebeu que toda aquela água era a mais pura essência de seu elemento, fazer magias de água ali, certamente seria de uma facilidade e um prazer imenso, sentiu sua aura mágica reagindo a toda aquela situação como se concordasse com seu estado emocional no momento.

Aproximou-se mais ainda da estátua, até a distância de um toque, e sem exitar mais tocou-a...

O poder daquele templo era perceptível: ele, enquanto arcano sentia a força de seu elemento em cada detalhe, mas os outros perceberiam também que a floresta naõ avançava: a força das árvores mantinha o espaço aberto e o contraste entre o zul do céu, o verde das copas circunstantes e o branco embaçado daquela pedra fosse de que tipo fosse faziam um conjunto que os raios de luz decompostos pela estátua de água viva destacavam muito bem.

Quando tocou a estátua sentiu, a princípio a energia renovadora do mana da água em sua forma mais pura cercando-o e percebeu que conjurava magias contra sua vontade como ocorria às vezes no início de seu treinamento, ams havia mais alguma cois: havia uma força discreta e suave como uma corrente de água aquecida em meio a outras correntes de água fria passando por ele.

de onde viria aquela energia?

Curioso saber de onde viria aquela energia, em seu corpo ainda estavam as linhas mágicas que indicavam o poder do gelo, talvez fosse isso que estaria indicando aquela estranheza toda. Realmente seus conhecimentos não lhe falavam nada, mas sua intuição lhe dizia que aquela poderia ser uma fonte de mana de seu elemento, o que não seria muito de intuição pois suas vistas lhe saltavam essa informação.

Sem tirar a mão da estátua, resolveu relaxar e se entregar. Deixaria que o seu próprio elemento lhe guiasse, pois sabia que nele poderia confiar. E certamente aquele mapa não lhe trazia ali por qualquer motivo. As linas de magia passavam por ele lhe causando explendor e estranheza.

Tentou prestar atenção no centro da estátua, ver se haveria algo dentro dela ou abaixo de seus pés, enquanto relaxava e sentia aquela torrente de emoções e energias passando pelo seu corpo.

O jovem estava em suas divagações quando a própria estátua se moveu afastando sua superfície do toque do jovem Derfel. Aturdido, ele ficou observando quando do local onde a estátua se afastou uma fonte passou a espargir uma névoa de água sobre toda a região fazendo parecer um grade arcoíris na área.

A estátua, sem formas humanóides da cintura para baixo, tinha cabeça, olhos e braços e clarametne olhava apra ele, se ele pudesse interpretar seu olhar, com curiosidade.

_ Pode falar, jovem arcano, naõ vou puni-lo por interromper meu repouso.

O jovem derfel naõ imaginava o que poderia vir a ser aquela criatura.

Claramente Derfel fico pálido, e não sabia para onde tinha ido o sangue de rosto tamanho o susto que havia tomado. Em um primeiro momento se sentiu medo por não saber o que tivera feito e nem o que seria aquela criatura que imaginava ser um elemental. Em segundo momento ficou extremamente envergonhado, a ponto de estar visivelmente ruborizado.

Virou os olhos para a estátua e mesmo um pouco envergonhado lhe encarou nos olhos e disse:

_ Desculpe-me senhor, não poderia imaginar que atrapalharia alguem, na verdade poderia sim... mas achava que seria dessa forma.

A criatura, cuja altura chegava a 3 metros, fez sua base alargar-se e ficou quase da altura do jovem arcano. pareceu a derfel ver algo como um sorriso.

_ Seu Yelena, meu jovem, nao se assuste, senti a devoção da água em seu coração e vejo que carrega um artefato de grande poder entre os de sua raça. Não teme ser caçado por estar com ele?

Derfel em primeiro momento lhe retribui o geste de se apresentar, tamanho foi seu susto que acabou esquecendo de ter um pouco de educação:

_ Sou Derfel, devoto da água como percebeu a senhora Yelena, e desculpe-me a alcunha de senhor anteriormente.

Parando por alguns segundos e analizando a fala do ser a sua frente, responde:

_ Perdoe-me a ignorância, mas carrego comigo apenas um mapa, um anel me presenteado pela princesa élfica e uma pulseira que me foi entregue pela mestra de minha mestra. Mas sua fala me leva a crer que devo estudar mais sobre o que carrego comigo, e de qual artefato se refere?

A criatura parecia estar se divertindo com o jovem.

_ Falo daquilo que carrega amarrado no braço, naõ sei como se chama em seu tempo - neste instante o jovem derfel passou a ouvir o mantras de sua formação em sua cabeça:"a água tudo suporta e nnca envelhece".

Foi estranho ouvir aquela informação, mas realmente a água não se alterava com o tempo.

_ O anel que carrega é de uma raça morta, meu jovem.

Derfel aponta para sua pulseira e diz:

_ Pulseira, se chama pulseira hoje em dia. Mas certamente isso é muito poderoso para os arcanos da água, o demais arcanos zombam disso achando ser apenas mais um de meus penduricalho...

Pensando um pouco sobre a última fala daquela forma, Derfel indaga novamente:

_ Mas, como a raça pode estar morta se eu já encontrei com pelo menos dois membros da mesma?

Derfel pensou na princesa e no elfo estranho que encontro na floresta.

_ Uma raça opde ter muitos membros e naõ significar nada na vida, este o sentido que dou para morto, ao menos deste mundo. A pusseira é um elo poderoso com seu passado, com o passado de sua raça, meu novem. È um artefato que prende seu destino à necessidade de purificar sua magia das formas rígidas do caminho da água: você entende o que significa sua presença aqui?

Derfel muda completamente seu semblante, fazendo com que qualquer um que o olhasse agora achasse que a criança que na verdade ele é, desapareceu por completo.

_ É justamente por causa disso senhora. Devo isso a minha mestra, Elara. Quero me purificar no caminho da água, para seguir os passo de minha mestra e honrar sua memória e talvez encontrar alguma forma de salva-la algum dia.

Derfel baixa a cabeça por alguns poucos segundos, controlando suas emoções e frustrações passadas.

_ Tomei a decisão de abdicar das linhas de magia do gelo que percorrem meu corpo, ainda não sei o que isso irá me custar, mas a minha decisão está tomada. Sei que é a senhora quem pode me ajudar com isso!

Derfel encara o ser com convicção de que havia chegado a hora.

_ A água tudo suporta, lembra? Não imagine que saber outras magias te torne indigno. A pretensão que se dá é legítima porém, o gelo perturba suas ações porque tira de você a maleabilidade e sem isto você só pode resistir e ferir.

A criatura pareceu crescer, certamente aumentando sua altura fazendo sua água ocupar o lugar que deveria ter ocupado antes na sua base. Pareceu olhar à volta e então virou-se para o jovem de novo.

_ Você quer impedir-se de realizar magias de gelo que já fez um dia, é isto?

Derfel encara todo o crescimento do ser a sua frente, e responde:

_ Quero resistir e proteger, já existem muitas pessoas se ferindo, não precisam de mais uma para isso. E sim, quero seguir apenas o caminho da água, sei que não me torna indigno saber magias do mesmo elemento, mas de outro caminho, mas já que a água tudo acolhe e tudo contorna, é justamente disso que preciso. Como a senhora mesmo disse, não preciso da dureza no momento, e sim da maleabilidade da água que tudo acolhe.

_ Noutro tempo, sua espécie já foi diferente do que é e a maiga também hoje, é diferente do que é: este templo, por exemplo, existia mais vezes, e mias alunos vinham ter conosco, naõ para corrigir caminhos mas para encontrar caminhos. Eu chamava as crianças de então de crianças porque não se decidiam por si mesmos. O que vai ocorrer co você será chamado por muitos como uma impureza, uma limitação, mas não é: é maturidade.Quem te deu o artefato já te julgou e te deu um destino, o que farei vai apenas selar este destino, mas antes, pretendo dar a você uma visão de realidade diferente: sei que pode se tornar água e peço que o faça, depois caminhe para dentro de mim.

Derfel atento as palavras do ser que estava a sua frente, sente-se talvez como uma peça em um tabuleiro de xadrez, mas na sociedade do jeito que está, todos são peças, alguns tem vontade de ser peças, outros obedecem sem questionar, poucos são peças inteligentes, e mais raros ainda existem as peças que querem ser algo e fazer algo. Não sei por quanto tempo serei uma peça nisso tudo, mas quero ser alguem que fará a diferença em algum momento.

Com esses pensamentos, Derfel meneia a cabeça concordando com o pedido da mulher a sua frente (tratar, mesmo que em seus pensamentos aquela mulher como um ser, ao seu ver seria um pouco desrespeitoso, certamente aquela mulher foi/é uma arcana muito poderosa da água), transforma-se em água sentindo sua magia diferente, a influencia daquele lugar lhe proporcionou algo único, pela primeira vez ele em segundos pode sentir cada minúscula parte de seu corpo recebendo as energias mágicas da água atraves de sua conjuração e se transformando em pura água límpida, seus pés por uma razão desconhecida já não eram mais pés, eram como se fossem a base de uma fonte.

Derfel se desloca para o interior daquela forma outrora de seu tamanho e agora bem maior.

O efeito de estar imerso naquela criatura foi como uma fusão de corpos e mentes. Por instantes, ele sentiu o que significava misturar-se e a tentação de se tornar parte da criatura foi algo muito palpável. Ele desconfiava que não seria algo tão fácil assim. Num instante, ele estava parado diante de uma floresta bem mais escassa e uma menina olhava para dois senhores e a semelhança deles indicava haver um parentesco próximo entre eles.

Os adultos usavam peças de roupa rústicas e jóias que lembravam as jóias de sua mestra. Olharam um para o outro e falaram:

_ O clima está mais ameno, mas duvido que seja o bastante para conjurarmos alguma coisa mias intensa que neblina: a energia de fogo e morte é muito intensa.

_ Artius, Yelena é muito jovem para ouvir nossos debates.

_ Mas, esposa, ela carrega consigo o nosso dom e um dia tomará nosso lugar.

_ Ela é tão jovem.

_ Uma gota pode decompor a luz.

[terei que sair agora, mas continuarei depois, você é um passageiro e só ganhara´acesso a esta realidade aos poucos pode postar o que sente quando assiste, pode observar mas por enquanto naõ pode atuar]

Derfel se assusta até entender o que está acontecendo. Não entende o motivo de ter sido tentado a se juntar àquela criatura, mas de qualquer forma isso não seria nada interessante. Alguns segundo se passam e vendo aquela criança com o mesmo nome da forma aquática ao qual se juntar, logo percebe que aquilo certamente são as lembranças daquela mulher. Olha para suas mãos e as vê um pouco translúcidas, logo entende que nada poderá fazer ali a não ser observar. Certamente eras os pais de Yelena a debater em sua frente, e mais certeza ainda que seriam poderoso magos da água. Tenta dar alguns passos para ver a situação um pouco mais de perto, mas percebe não ser possível. Decide observar e entender um pouco mais sobra a história de vida que Yelena queria lhe mostrar.